O segundo módulo de Sociologia do Turismo encontra-se dividido em cinco grandes partes, mais a introdução.
A parte introdutória do segundo módulo de Sociologia do Turismo introduz a dimensão psicológica do turismo, abordando, num primeiro ponto, as teorias da motivação humana. Este assunto é referido para que, de um modo mais simples, nos seja possível compreender quais os motivos que levam um turista a viajar. Começamos por definir a motivação como “ uma força dentro do indivíduo que o leva a fazer algo para satisfazer uma necessidade biológica ou um desejo psicológico”, e são expostos os vários tipos de necessidades: necessidades biológicas e necessidades sociais e psicológicas.
A imagem 2 - “Hierarquia das necessidades de Maslow” insere-se num trecho desta matéria – Teorias da Motivação - na medida em que nos mostra uma pirâmide das necessidades, desde fisiológicas às de realização pessoal. A motivação para o turismo insere-se em cada uma destas camadas, pois a mesma visita ao mesmo local pode estar relacionada com vários tópicos de cada tipo de necessidade. Por exemplo, um turista que se desloque a uma local turístico pode frequentar um restaurante típico (necessidade fisiológica – a fome); certifica-se que o local visitado ou o estabelecimento de estadia não apresenta estatísticas de violência/marginalidade (necessidade de segurança); pode instalar-se num hotel com actividades familiares ou para casais (necessidade do amor/relacionamento – proximidade com familiares, intimidade sexual); pratica dentro destas actividades um desporto radical nunca antes experimentado (necessidade da estima – aumenta a sua auto-estima, tem a sensação de uma nova conquista) e faz os seus próprios planos para o período de estadia (necessidade da realização pessoal – puxa pela sua criatividade, tenta solucionar problemas). Também a nossa tabela 1- “ A motivação da viagem e do turista” apresenta-nos os motivos que levam os turistas a viajar, assim como as noites que permanecem para praticarem o tipo de turismo escolhido. A partir dela podemos concluir que os turistas e a sua estadia são influenciados pelo motivo da viagem.
Numa primeira parte, que nos fala da dimensão psicológica do Turismo, vimos que, além das teorias, existem também os tipos de motivação: quanto ao timing – motivação de curto prazo e motivação de longo prazo -, percebendo que as motivações relacionadas ao turismo são geralmente de longo prazo. Quanto às origens – motivações intrínsecas e extrínsecas. Em relação ao carácter mais ou menos compulsivo da motivação, vimos que as motivações podem ser de carácter obrigacional (ou constrangedores) onde incluímos os negócios, reuniões, etc. … ou de carácter de satisfação pessoal (motivações libertadoras), como é o caso das férias, do repouso, entre outros. Existe ainda um grupo de motivações, composto por quatro, que são: as motivações físicas, motivações culturais, motivações interpessoais e as motivações de prestígio e status, todas elas importantes para a realização da viagem. Segundo a OMT, estas motivações podem ser distinguidas entre as motivações de tipo racional e as motivações de tipo afectivo. As variáveis sociais que influenciam a motivação para a viagem variam entre o sexo, a idade e o nível educacional. Temos ainda, dentro deste ponto, os traços de personalidade e valores. Tal como percebemos a partir da imagem 3- “A personalidade e os valores e a sua relação com o turismo”, o turista nela apresentado adquire lembranças e regista fotograficamente o local visitado, mas num estilo de descontracção, o que reflecte a sua personalidade. No tópico da aprendizagem e dos métodos de aprendizagem, podemos identificar três tipos de aprendizagens: por condicionamento, por modelagem ou aprendizagem por exemplo, e aprendizagem oculta. A imagem 4 – “Aprendizagem e turismo. Métodos de aprendizagem” mostra-nos um grupo de turistas numa fase de aprendizagem oculta, isto é, através da exploração do local de visita.
Num segundo ponto, estudámos a dimensão sociocultural do turismo. Nesta parte da matéria, falamos dos diversos comportamentos dos indivíduos em relação aos papéis que desempenham que estão ligados ao turismo. Estes comportamentos dividem-se em três níveis: nível pessoal – diz respeito ao comportamento do indivíduo para consigo mesmo -, nível interpessoal – diz respeito ao comportamento do indivíduo em relação aos outros – e a nível transpessoal – diz respeito à interacção do indivíduo em grupo (refere-se às organizações). Estes comportamentos dão também origem à socialização, isto é, os comportamentos de um turista dentro do grupo levam a que este aprenda as diferentes culturas e as memorize, aplicando-as mais tarde no seu quotidiano, modificando a sua forma de ser e de estar. As normas sociais são regras culturais que nos dizem como devemos agir nas diversas situações. Em relação ao turismo, estas normas “ensinam” o turista a integrar-se nas diferentes culturas que visita, de modo a não perturbar o normal funcionamento dessa cultura. No caso em que o turista não respeite as normas sociais das culturas e das sociedades alimenta o estereótipo de que é alguém que não se preocupa em saber mais acerca dos locais que visita. Numa segunda parte deste ponto, falamos sobre os diferentes tipos de grupos sociais – conjunto de pessoas que mantêm contacto regular e que têm interesses em comum – existentes. Os tipos de grupos sociais dividem-se em grupo primário – grupo base a que cada pessoa pertence desde o seu nascimento, com o qual tem relações directas e afectivas -, e grupo secundário – colectividade mais ampla, mais organizada e menos espontânea do que o grupo primário -, tal como referimos no documento 5 – “Distinção entre grupos primários e grupos secundários”. Existem ainda os grupos de referência – grupos que guiam o comportamento de cada pessoa, mesmo que nunca venha a pertencer a esse mesmo grupo -, tal como podemos concluir ao ler o documento 6 – “Distinção entre grupos de pertença e grupos de referência”. Existem ainda as Organizações, as Sociedades e as Massas. Estas últimas são agrupamentos não organizados e têm em comum o local de destino turístico e serem formadas por uma diversidade de pessoas. Este fenómeno pode ser visualizado na imagem 5 – “As Massas” onde figura uma multidão num local super esgotado. Numa última parte, este ponto fala-nos da família e das fases mais comuns do ciclo de vida familiar, que são entre os adultos jovens solteiros e o sobrevivente sénior (aposentado). Como exemplo temos a família com crianças pequenas cujas férias são baseadas nos fins-de-semana, devido à idade dos descendentes e por estes necessitarem de muitos cuidados. Contrariamente encontramos famílias cujos filhos já não se encontram em casa e cujos rendimentos são elevados, permitindo-lhes terem férias mais prolongadas e para destinos longínquos. Alguns destes estão representados na imagem 6 – “O ciclo da família”.
Na terceira grande parte do segundo módulo, referente à estratificação e ao status social no turismo, aprendemos as diferentes classes sociais existentes e a sua influência para a prática do turismo. Podemos distinguir as classes através de elementos diferenciadores de cada estrato social: a riqueza, o rendimento, o prestígio associado ao nascimento ou ganho por feitos/acções, entre outros. Assim, analisámos três classes sociais: a classe alta, a classe média e a classe baixa, e concluímos que cada classe pratica turismo de acordo com as suas capacidades financeiras. A classe baixa, que pratica o turismo de massa, tem à sua disposição equipamentos de baixo custo e com condições mínimas, tal como podemos ver na imagem 7 “Hotel de duas estrelas” e na imagem 9 “Turismo de Massa”, onde se vêem que as condições que os turistas de classe baixa têm para chegar ao seu destino são fracas. A classe alta, que pratica o turismo de elite (ou de minorias) já tem à sua disposição destinos e locais de estadia de acordo com o seu status social, como é ilustrado na imagem 8 “Kiaroa”, que nos apresenta um resort bastante luxuoso, e no vídeo 4 “Turismo de Luxo “Paradise Island” Além desta imagem, também o documento 7 “Turismo de Elite” nos elucida para a qualidade do turismo da classe alta, na medida em que faz referência aos preços e serviços disponíveis para os turistas deste tipo de turismo. Por fim, temos ainda o turismo social: familiar, juvenil e de terceira idade. Para o turismo de terceira idade, existem associações de apoio social, como o INATEL (imagem 10 “Turismo de terceira idade”), que dão ajuda financeira aos idosos que não têm outros meios de praticar turismo.
Na quarta parte do módulo, alusivo aos valores sócio-espirituais do turismo, falámos sobre as religiões e a sua interferência no turismo. As crenças religiosas fazem com que o turista se desloque para lugares ligados à sua fé, e a peregrinação é uma das formas de viajar mais antigas e associa valores espirituais às raízes comuns da consciência colectiva das sociedades. Estas podem ser feitas a lugares sagrados marcados por aparições, sepultura de um santo, tradição mariana (cultos a Maria), centro e origem de uma religião ou por ser um lugar onde se produziram milagres. Na imagem 11 “As religiões do Mundo” inserem-se todos os tipos de religiões estudadas, tais como o Catolicismo, Protestantismo, Judaísmo, Islamismo, Budismo e Hinduísmo. Apesar de diferentes, estas religiões têm a mesma influência sobre o turismo, que é levar os turistas a peregrinar ou/e visitar os locais sagrados. A imagem 12 “Budismo” mostra-nos o símbolo da religião budista, Buda, cuja imagem incentiva aos seus seguidores a prática da meditação e procura da paz interior. Como exemplo da peregrinação a imagem 13 “Islamismo” mostra-nos Meca (um lugar de culto) que atrai milhares de peregrinos nas principais datas que marcam esta religião. Além destas imagens, o vídeo 5 “Ciências das Religião” engloba as religiões anteriormente faladas.
Na última grande parte do módulo, o turismo como aglutinador do ócio e do tempo livre, tal como disse Dumazedier “é o conjunto de actividades, incluindo as turísticas, ás quais o individuo se pode entregar livremente, seja para descansar, divertir, aumentar os seus conhecimentos ou formação desinteressada, a sua participação social voluntária ou a sua livre capacidade criativa, uma vez liberto das suas obrigações profissionais, familiares e sociais”. Como podemos ver na imagem 14 “Função Terapêutica” estão ilustradas diversas formas de relaxamento e diversão, que poderão ser em simultâneo ou não. A imagem 15 “Actividade de Ócio”, mostra-nos um grupo que dedica o seu tempo de ócio a desportos radicais, ao mesmo tempo em que pratica turismo.